A presidente da Comissão, Lígia Macedo, ressaltou que diante das
notícias descabidas recentemente publicadas pela mídia, é de suma importância
compreender que se tratam de refugiados, pessoas que tiveram de deixar o seu
pais por motivos políticos e devem ter o respeito e dignidade que merecem e que
os tratados internacionais de direitos humanos aos quais o Brasil é signatário
e a própria Constituição Federal preconizam.
Estando diante de um quadro peculiar de migração de povos, a Comissão
buscou fazer um levantamento das características culturais deste grupo indígena
para poder auxiliar as ações das autoridades públicas. Entre os encaminhamentos da reunião estão a
verificação de pedidos de refúgio e processamento de documentação necessária, além
de ações emergenciais para garantir saúde, abrigo e alimentação.
Em Campina Grande, o MPF e a Defensoria Pública da União (DPU) também já foram acionados e haverá uma reunião nesta quinta-feira, 21. Na cidade existe hoje um grupo de 12 pessoas da etnia Warao, dentre elas uma gestante e cinco crianças. O grupo se encontra provisoriamente abrigado no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (Stiupb), e estão recebendo auxílio de um grupo de voluntários da sociedade civil, enquanto aguardam as ações das autoridades públicas.
Os Warao são povos advindos do Nordeste da Venezuela, possuem dialeto
próprio, vivem em clãs ou famílias em regiões ribeirinhas e tem cultura
diferente dos imigrantes não indígenas estas peculiaridades devem ser
observadas nas ações dos órgãos públicos, principalmente quanto à não separação
dos grupos familiares. A presidente da comissão informou ainda que ao contrário
do que foi irresponsavelmente veiculado na mídia, eles aceitam ajuda sim e
doações são bem-vindas.