

“Este projeto é ilegal frente à Lei Orgânica do Município e à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), inconstitucional e incompatível com todos os Tratados Internacionais de Direitos Humanos e Diversidade dos quais o Brasil é signatário”, resumiu.Além disso, destacou os vícios formais e materiais de inconstitucionalidade contidos no PL em discussão, principalmente as vedações estabelecidas pela CF/88 no tocante às competências de legislar sobre currículo e diretrizes educacionais, já reconhecidos liminarmente em ações que tramitam no Supremo Tribunal Federal. A advogada Regina Coeli por sua vez, trouxe dados estarrecedores de violência contra as mulheres, para reforçar a importância das discussões sobre a violência de gênero nas escolas.
“Discutir gênero na escola é contribuir para diminuir ou evitar a violência contra mulher e contra os adolescentes. O que esta lei propõe, portanto é medieval, é um tribunal da inquisição pedagógica de cunho extremamente religioso, indo de encontro à laicidade do Estado”, afirmou.Após as apresentações, houve espaço para debate com o público. Participaram da articulação para a Audiência Pública, além da OAB-CG, diversas outras entidades e sindicatos: Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande (Adufcg), Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba (Aduepb), Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDDCA), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (Sintep), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação no Município de Patos (Sintemp), Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e da Borborema (Sintab), Grupos de Mulheres (Flor e Flor, Coletivo Bruta Flor, Olga Benário), Centro de Ação Cultural (Centrac), Conselho Regional de Serviço Social (Cress), Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. Durante o debate a presidente do CMDDCA, Renata Sousa de Andrade, falou sobre a importância da proteção integral da criança e do adolescente. "Eles são seres em desenvolvimento e devem ser respeitados no seu aprendizado, protagonismo e diversidade. Na busca de se tornarem protagonistas dos seus destinos e cidadãos críticos e preparados para viver numa sociedade plural e defensora dos Direitos Humanos", disse.

“Com a legitimidade de quem tem papel central na defesa do Estado Democrático e de Direito. Com a autoridade de quem tem seus membros elevados ao status de indispensável à administração da justiça (art. 133 da CF). Com a prerrogativa de quem pode propor ações do controle concentrado de constitucionalidade (art. 103, VII), em defesa da ordem democrática e de direito. É com essa legitimidade, é com essa autoridade e é com essa prerrogativa que a nossa Subseção será signatária da Nota de Repúdio ao Projeto de Lei 582/2017, de autoria do vereador Pimentel Filho, que trata da ‘ideologia' de gênero", declarou.